Arquimedes de Siracusa, 287-212 a.c.

Figura 1: Arquimedes de Siracusa
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Em 2013 terão passado 2300 anos sobre o nascimento do grande $ A\rho\chi\iota\mu\eta\delta\eta\varsigma$ , génio célebre da matemática e da física.

Arquimedes nasceu e morreu em Siracusa, na Sicília, filho do astrónomo Fídias, de uma família respeitada pelo rei Hierão. Cedo foi estudar para Alexandria onde uma escola de matemática, entre outras, havia sido fundada por Euclides (c.330-265 a.c.). Em Alexandria fez numerosos amigos estudiosos com quem se correspondeu ao longo da vida, como por exemplo o matemático Eratóstenes.

Arquimedes é autor de imensas descobertas e inventos notáveis e peripécias, cada uma mais emblemática que a outra.

Lembremos os momentos célebres em que ele diz ``dêem-me um ponto de apoio e com a minha alavanca erguerei o mundo'' referindo-se aos seus estudos teóricos sobre o equilíbrio dos corpos, o grito de $ \varepsilon\acute{\nu}\rho\eta\kappa\alpha$ saindo do banho para a rua quando descobriu uma lei da hidrostática. E as criações do chamado Parafuso de Arquimedes, o estudo da chamada Espiral de Arquimedes ou as invenções de instrumentos militares (um dos quais, muito peculiar, consistiria numa espécie de feixe solar para incendiar barcos romanos ao largo de Siracusa; porém, algumas experiências recentes terão levantado muito fumo sobre tal invento).

Menos conhecidas serão a criação de um método numérico para contar além da ``miríade'' ($ 10^4$ ) os grãos de areia do Universo, ou o Axioma de Arquimedes, que afinal este atribui a Eudóxio, hoje estudado na Análise e que justifica o chamado método de ``exaustão'' para os matemáticos gregos (ou de `integração'), ie. algo aparentemente tão óbvio como $ \forall M>0,\ \forall 0\leq r\leq \frac{1}{2},\ \lim_n Mr^n=0$ .

Ou, ainda, um cálculo muito aproximado da $ \sqrt{3}$ .

Assim como uma elegante e simples trisecção do ângulo com compasso e régua com apenas duas marcas, problema célebre posto por Euclides que se destinava a ser resolvido com compasso e régua não graduada -- e que afinal se provou ser impossível, cf. figura 2.

A vida de Arquimedes deverá ter sido a de um verdadeiro cientista fortemente comprometido com a investigação, tanto pura como aplicada, e simultâneamente com a ajuda aos homens da sua cidade em questões e problemas práticos.

Até a sua morte nos parece quase mitológica: durante as guerras Púnicas quando as tropas do romano Marcellus, depois de muito tentarem, invadiram a ilha num ataque surpresa, ainda que soubessem do célebre cientista, um soldado ter-lhe-á cravado a espada. Com Arquimedes avisando que o deixassem concluir certos cálculos...



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rpa 2007-11-14