Integrado no Colégio da Mitra e na estrutura organizativa do ICAM, alberga um grupo de investigação dedicado a simbioses rizobianas, além de linhas de trabalho sobre outras simbioses mutualistas, designadamente sobre micorrizas arbusculares e a que estas páginas descrevem, ectomicorrizas. Compartilha recursos com o Laboratório de Microbiologia e Genética da Universidade de Évora (aulas, Departamento de Biologia) e com outros laboratórios de investigação do ICAM.
Neste laboratório, realiza-se todo o trabalho de processamento de materiais de campo, assim como todas as culturas de fungos e análises micológicas. Os equipamentos-chave incluem autoclave e estufa de esterilização a seco, câmaras de fluxo laminar, centrífuga de bancada com refrigeração, equipamentos de preparação de meios e reagentes, e microscopia (lupas binoculares, microscópios ópticos convencionais e também de contraste de fase e de fluorescência).
Faz parte do Departamento de Biologia e foi recentemente transferido para o Colégio da Mitra. Alberga investigação em virologia, assim como parte do trabalho em ectomicorrizas descrito nestas páginas.
Neste laboratório realizam-se todos os trabalhos de Biologia Molecular de ectomicorrizas, dispondo de autoclave, equipamentos de preparação de meios e reagentes, incubadoras, máquina de fazer gelo em escamas, espectrofotómetro UV/VIS, forno de hibridação, microcentrífugas, termociclador de PCR, vários aparelhos de electroforese, transiluminador UV/VIS, e arca de congelação a –80 ºC. Uma das salas está preparada para a contenção de microorganismos, e outra é regularmente utilizada para ministrar cursos de pós-graduação e estágios.
Está também preparado para a eventual reactivação de análises isoenzimáticas, que foi implementado no passado para a realização dum projecto PAMAF.
O nome Mitra deriva de ter pertencido durante alguns séculos ao Cabido da Arquidiocese de Évora, sendo durante esse tempo uma exploração agrícola tratada por monges capuchos. Em 1931, após quase um século a pertencer à Fazenda Pública, a Herdade da Mitra passou a albergar a Escola de Regentes Agrícolas de Évora, vindo a ser incorporada na Universidade de Évora aquando da sua refundação nos anos 70, de que foi um dos pilares principais. Actualmente é a sede do Centro de Estudos e Experimentação da Mitra, que junto com outras herdades experimentais da Universidade de Évora prolonga uma vocação essencialmente agrícola desta estrutura.
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Uma vista do Colégio da Mitra |
Em torno do Colégio da Mitra encontra-se uma interessante variedade de ecossistemas naturais e seminaturais, destacando-se os carrascais acidófilos (Natura 2000: Carrascais, espargueirais e matagais afins acidófilos), o montado de sobro e/ou azinho (Montados de Quercus spp. de folha perene), ecossistemas ripícolas (Florestas aluviais de Alnus glutinosa e Fraxinus excelsior assim como Florestas-galerias de Salix alba e Populus alba), uma pequena mancha de eucaliptos centenários, a mancha de pinhal no Castelo do Giraldo... Esta moldura florestal oferece excelentes possibilidades de programar amostragens intensivas sem as limitações que se impõem pela distância aos laboratórios, e o Laboratório de Microbiologia do Solo (v. acima) encontra-se a poucos minutos, a pé, de áreas representativas dos ecossistemas mencionados. De passagem, note-se que os alunos de Biologia beneficiam amplamente desta proximidade e tiram dela grande partido para treino de campo (pelo que me foi dado saber pelo meu colega Carlos Vila-Viçosa, também se caracterizam aqui subestepes de gramíneas silicícolas, charnecas secas de urze, juncais e freixiais termófilos).
O Colégio da Mitra tem para os seus visitantes outros motivos de interesse, entre os quais o património arquitectónico do antigo convento e a Anta Grande do Zambujeiro, impressionante túmulo megalítico descoberto na década de 60.