Muito aconteceu no Mundo e principalmente no País durante este ciclo. Reconheço que o percurso foi pior do que o expectável e os choques sucederam-se mudando o nosso quadro de referência de direitos e obrigações, como bem prova o recurso frequente à necessidade de arbitragem do Tribunal Constitucional.
Preparamo-nos para iniciar um novo ciclo. Idêntico processo tem lugar nas mais diversas instituições, incluindo as instâncias comunitárias e portuguesas, nacionais e regionais, com o novo conjunto de programas Europa 2020, Portugal 2020 e Alentejo 2020 e propostas respectivas.
O Conselho Geral da Universidade, por sua vez, elaborou "um contributo estratégico" de enquadramento para as propostas de planos de acção dos que pretendem liderar a Universidade no próximo quadriénio em que, certamente, se baseará a proposta de Plano Estratégico para a Universidade a apresentar para esse ciclo. O título desse documento, "UÉ - Horizonte 2020", não deixa dúvidas quanto aos propósitos e necessidade de enquadramento do desafio desse novo ciclo, aliás, também, com parte da designação, horizonte, comum ao novo programa comunitário de promoção da investigação científica.
Dirijo-me a todos vós para vos transmitir que sou, novamente, candidato a Reitor da Universidade. Quero dizer-vos que considero ter, entre os pares candidatos, perfil para a liderar neste novo ciclo, caracterizado por capacidade de liderança, saber e experiência de gestão, conhecimento da Universidade e capital de relacionamento convosco, estudantes e funcionários docentes e não docentes da Universidade, e com os stakeholders regionais, a Câmara Municipal de Évora (CME) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA), e nacionais, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) e a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
A proposta de programa de acção que vos apresento e que junto não deixará de se situar nestes novos tempos, adiantando propostas para este novo ciclo. Mas os principais desafios da Instituição mantêm-se e as minhas convicções para os enfrentar não mudaram. Por isso, também proporei soluções que, actualizando e reforçando propostas que apresentei há quatro anos, não deixam de se basear nas mesmas orientações para ajudar a construir uma universidade com um modelo de base muito diverso da que temos, com características estruturais muito diferentes das actuais, para que certamente nos próximos quatro anos, teremos que tender para conseguirmos enfrentar os desafios actuais e ser sustentáveis no futuro. É pelo menos essa, a contribuição para este novo ciclo que quero deixar à Universidade de Évora, ao apresentar esta candidatura, de novo, a seu Reitor.
Nos nossos dias as organizações para serem eficientes e eficazes têm que ser abertas, flexíveis, dinâmicas, jovens e com-petitivas.
Nós somos o oposto. Em geral, somos uma organização centralizada, hierarquizada em demasiados níveis, desligada entre esses níveis, rígida, formal, pesada e lenta, estática, em muitas áreas a envelhecer, sem renovação e pouco competitiva. O diagnóstico do Conselho Geral "Análise da Situação Actual - Bases para discussão" é claríssimo a esse respeito.
Temos que ser abertos para percebermos as mudanças com que nos confrontamos. Precisamos ser flexíveis para nos conseguirmos ajustar às constantes mudanças. Necessitamos de ser dinâmicos para podermos responder com a rapidez que a mudança exige. Devemos ser jovens para sermos criativos. Temos que ser competitivos para conseguirmos captar recursos e entregar soluções. Ser eficiente e eficaz significa fazermos as coi-sas certas, definindo e atingindo objectivos, fazendo as coisas bem e optimizando o valor social dos recursos públicos e privados de que beneficiamos.
Estes atributos, em conjunto, definem uma visão para a Universidade de Évora, "ser uma Universidade atractiva, eficiente, empreendedora e inovadora, reconhecida nacional e internacionalmente".
Precisamos de "caminhar" em direcção a um novo modelo de Universidade que nos oriente na reforma da instituição e das nossas próprias mentalidades. Esse caminho deve substanciar-se no curto prazo no estabelecimento de metas de um percurso que terá forçosamente que ser orientado pela visão que todos partilhemos para a instituição.
Este plano de acção tem por objectivo prosseguir essa visão para, em quatro anos, nos guiar colectivamente de uma posição da cauda do ranking nacional para uma posição intermédia do ranking. A figura que consta do plano e que reproduzo, em seguida, é a minha proposta para constituir o nosso compromisso colectivo para esse período.
Numa segunda etapa, ainda no horizonte de 2020, é possível e desejável almejar uma posição mais à frente, com o objectivo fundamental de trazer benefícios duradouros para os nossos estudantes, para a nossa comunidade e para todos nós.