H E R P E T O L O G I A

  

 

Semestre ímpar

 

optativa da Licenciatura em BIOLOGIA

 

 

ano lectivo 2004-2005

 

Unidade responsável: Departamento de Biologia

Carga horária semanal: 1 (T), 1 (TP), 2 (P)

Unidades de crédito: 2.5

Unidades de ECTS: 6

Docente responsável: Prof. Aux. Paulo Sá Sousa    Página pessoal

 

 

última actualização 2004 - 03 - 03

 

NOTAS de avaliação (2003-2004)

 

SUMÁRIOS (2003-2004)

 

OPINIÃO dos alunos  (2003-2004)

 

Saídas  de  campo extra  (2004)

 

Páginas herpetológicas   (links)

 

 

Avaliação da disciplina (2004-2005)

Teórica: duas frequências (2 x 50%) ou exame final (100%).

1ª frequência - Batracologia -  xx OUT 2004 às 20h00

2ª frequência - Reptilogia -  xx JAN 2005 às 10h00

Exame normal - Herpetologia - xx  JAN 2005 às 10h00

Exame de recurso - Herpetologia - xx FEV 2005 às 19h00

 

Teste » 20 perguntas de resposta sintética (valorizadas de  0.0,  0.3, 0.5,  0.7 ou 1.0).

 

Teórico-prática: 1 sinopse crítica  sobre um artigo científico:

Trabalho individual. Texto resumido no máximo de 350-400  palavras. Elaboração durante o semestre lectivo.

Estrutura da sinopse:

Objectivos »  principais hipóteses colocadas

Resultados  pertinentes

Discussão » tópicos, hipóteses, teses evocadas

PLS (passo lógico seguinte) » esboçar um delineamento experimental ou enunciar  uma ideia que ressalte, de modo a dar continuidade, complementaridade ou justificação posterior aos tópicos da Discussão.

Entrega até 17 DEZ 2004 (cacifo correio DBio na Mitra ou a/c DRª Elsa Ganhão, CLV 069)

 

Prática: 1 relatório de trabalho prático (100%).

Trabalho de grupo sobre saída de campo. Elaboração durante o semestre lectivo.

Entrega até 17 DEZ 2004 (cacifo correio DBio na Mitra ou a/c DRª Elsa Ganhão, CLV 069)

 

Classificação Final:

Regime de avaliação contínua   [5 x Teórica + 3 x Teórico-prática + 2 x Prática] / 10

Regime de exame (ou de recurso) [6 Teórica + 2x Teórico-prática + Prática] / 9

 

 

Objectivos da disciplina (resumo ECTS):

A disciplina de Herpetologia pretende dar uma perspectiva geral da biologia dos anfíbios e dos répteis, dando realce às espécies representadas na Península Ibérica, ilhas Baleares, no Magrebe (NO África) e nos arquipélagos da Macaronésia. Abordam-se os aspectos relativos à origem e evolução, à estrutura e função, à fisiologia, à reprodução, à diversidade e sistemática, à ecologia, ao comportamento e à biogeografia dos anfíbios e dos répteis.

Na componente prática será dada particular relevância à identificação taxinómica das espécies ocorrentes em Portugal e introduzir-se-ão os métodos de amostragem e as técnicas de monitorização apropriadas para os anfíbios e para os répteis.

 

Motivação para a oferta da disciplina

Há  fortes motivações que justificam uma disciplina de  Herpetologia possa  integrar-se como optativa no programa curricular de uma licenciatura em Biologia. Os mesmos motivos são válidos para  que os formandos e/ou  investigadores portugueses adoptem como modelo biológico de estudo alguma espécie de anfíbio ou de réptil.

1.  » A disciplina de Herpetologia não é actualmente disponibilizada em nenhuma Universidade portuguesa ou ibérica.

2.   » A diversidade herpetofaunística na Europa do Sul é rica e endémica (e.g. P. Ibérica). Há diversidade herpetofaunística em Portugal e está presente à porta das nossas casas.

3.   » A Herpetologia é uma disciplina pouco dispendiosa, em última análise é mesmo barata, porque muito do estudo herpetológico credível faz-se somente com um bloco de notas e um lápis, juntando um computador pessoal apenas para facilitar os cálculo estatísticos (que pode ser substituído por uma calculadora) e com "cérebros" dos alunos e do docente (que já estão "pagos" pelo investimento parental respectivo).

4.   » Os anfíbios e os répteis são animais conspícuos, fáceis de capturar e de manusear e que permitem a manutenção em cativeiro. Também pelas suas características morfológicas, fisiológicas, etológicas e ecológicas são inúmeros os temas de estudo elegíveis em domínios tão diversos como a Ecologia, a Biologia do Desenvolvimento, a Genética, a Medicina, a Biofísica, a Etologia, etc.

5.   »  A actividade sazonal (e complementar) dos anfíbios (Outono-Primavera) e dos répteis (Primavera-Outono) facilita a realização a curto prazo de trabalhos de fim de curso, com menos de um ano de recolha de dados.

 

Programa

 

Componente teórica

 

Batracologia

Introdução ao estudo dos anfíbios

Grupos modernos de anfíbios.

O corpo de um anfíbio: morfologia e função.

Anatomia geral do corpo.

Aspectos da anatomia larvar.

Funções de manutenção.

Funções sensoriais.

Sistemas orgânicos fundamentais.

O balanço hídrico.

Trocas gasosas respiratórias.

Interacções térmicas.

Origens, evolução, filogenia e classificação dos anfíbios.

A transição dos peixes para os tetrápodes.

A monofilia de Lissamphibia.

Relações filogenéticas entre as ordens de anfíbios existentes.

Conhecimento taxonómico das principais famílias de anfíbios paleárticos.

Identificação das espécies ibéricas, norte-africanas e europeias ocidentais.

Biologia e Ecologia dos Anfíbios.

Locomoção: rastejar, nadar, saltar, trepar.

    Bioacústica: comunicação entre indivíduos e atracção entre sexos.

Reprodução: dinâmica reprodutora.

Alimentação: predadores e apropriação das presas.

Uso do espaço: selecção dos habitats aquáticos e terrestres.

Uso do tempo: ritmos de actividade diária e sazonal.

Os Anfíbios e o Homem.

Percepção humana dos anfíbios: mitologia e superstição; terrariofilia.

O declínio mundial dos anfíbios: padrões e factores de extinção.

Opções e medidas de conservação das espécies e dos habitats.

 

Reptilogia

Introdução ao estudo dos répteis

Grupos modernos de répteis.

O corpo de um réptil: morfologia e função.

Anatomia geral do corpo.

Funções de manutenção.

Funções sensoriais.

Sistemas orgânicos fundamentais.

A termorregulação e a ectotermia.

Estrutura do ovo reptiliano

Origens, evolução, filogenia e classificação dos répteis.

A conquista da terra: a transição dos anfíbios para os répteis primitivos.

A estrutura Anapsida, Diapsida, Euriapsida, Sinapsida

Relações filogenéticas entre as ordens de répteis existentes.

Conhecimento taxonómico das principais famílias de répteis paleárticos.

    Identificação das espécies ibéricas, norte-africanas e europeias ocidentais.

Biologia e Ecologia dos Répteis.

Locomoção: rastejar, serpentear, nadar, trepar.

Ecologia da reprodução: o caso dos sáurios ibéricos

    Padrões comportamentais: reconhecimento sexual e interacções agonísticas.

Alimentação: predadores e apropriação das presas.

Uso do espaço: nichos ecológicos; sedentarismo e domínios vitais.

Uso do tempo: ritmos de actividade diária e sazonal.

Os Répteis e o Homem.

Percepção humana dos répteis: mitologia e superstição; terrariofilia.

    Os répteis enquanto recurso natural: aproveitamento económico; educação ambiental e pesquisa científica.

Opções e medidas de conservação das espécies e dos habitats.

 

Componente teórico-prática

Análise crítica e discussão de artigos em publicações científicas herpetológicas: 

e.g. Amphibia-Reptilia, Copeia, Journal of Herpetology, Herpetologica, Herpetological Journal, Herpetozoa, Revista Herpetológica Española,

 

Componente prática

Identificação taxinómica das espécies de anfíbios e de répteis ocorrentes na Península Ibérica.

Métodos e técnicas de inventariação dos anfíbios.

Observação directa: adultos, larvas e posturas de ovos.

Observação indirecta: vocalizações e vestígios de atropelamentos

Estimativa das abundâncias relativas.

Captura-marcagem-recaptura: arrastos; barreiras ambulatórias.

Métodos e técnicas de inventariação dos répteis.

Observação directa: adultos, subadultos e juvenis.

Observação indirecta: escamas, mudas de pele; vestígios de atropelamentos e de ingestão por predadores.

Estimativa das abundâncias relativas.

Captura-marcagem-recaptura: apanha à mão; nós corrediços; armadilhas;

 

 

Bibliografia geral

   

Almeida, N.F., Almeida, P.F., Gonçalves, H., Sequeira, F., Teixeira, J. &  Almeida, F.F. 2001. Guia FAPAS dos anfíbios e répteis de Portugal. - Porto: FAPAS e Câm. Mun. Porto.

Alonso, J. 1994. Segredos da Natureza. vol. Anfíbios e répteis. - Barcelona: Ediclube.

Barbadillo, L.J., Lacomba, J.I., Pérez-Mellado, V., Sancho, V. & López-Jurado, L.F. 1999. Guía de campo de los anfibios y reptiles de la Península Ibérica, Baleares y Canárias. – Barcelona: Editorial GeoPlaneta S.A.

Bons, J. & Geniez, P. 1996. Amphibiens et reptiles du Maroc (Sahara Occidental compris) versão trilingue (Francês, Espanhol, Inglês) – Barcelona: Asociación Herpetológica Española.

Crespo, E.G. 2001. Paleo-herpetofauna de Portugal. Publ. Avulsas 2ª sér. nº 7. - Lisboa: Museu Bocage (Mus. Nac. Hist. Nat.).

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Heyer, W.R., Donnelly, M.A., McDiarmid, R.W., Hayek, A.C. & Foster, M.S. 1994. Measuring and monitoring biological diversity: standard methods for amphibians. – Washington; London: Smithsonian Inst. Press.

Márquez, R. & Matheu, E. 1998. Guía sonora de las ranas y sapos de España y Portugal - Barcelona: Alosa.

Oliveira, M.E. & Araújo, P.R. 1994. Herpetofauna de Portugal: sua conservação - Lisboa: ICN.

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Pleguezuelos, J.M., Márquez. R. & Lizana, M. (eds.) 2002. Atlas y  Libro Rojo de los anfibios y reptiles de España. Madrid: Dirección General de Conservación de la Naturaleza e Asociación Herpetológica Española.

Pough, F.H., Andrews, R.M., Cadle, J.E., Crump, M.L., Savitzky, A.H. & Wells, K.D. 1998. Herpetology – New Jersey: Prentice-Hall, Inc.

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