Introdução

A sociedade vive hoje um momento relevante; embora longe do conceito das primeiras Universidades, o papel central das Universidades e do Conhecimento é reconhecido como importante para o desenvolvimento e as Universidades perceberam os desafios entusiasmantes com que se deparam quando colocam o conhecimento ao serviço da sociedade.

Em resumo, TODOS, apesar de linguagens ainda não universalmente perceptíveis, entendemos que sem "socialização do conhecimento" produzido levaremos muito mais tempo a atingir um desenvolvimento (global) sustentável. Não podemos mais ignorar alertas vindos da "ciência" (por exemplo, as alterações climáticas) e temos que estar cada vez mais despertos para os desafios que se colocam e para os quais NÓS, Universidades, TEMOS que dar/procurar/ desenvolver soluções.

E se esta é uma obrigação da Universidade, temos que garantir que os que formamos (e esse será sempre um desígnio MAIOR: somos responsáveis pelo FUTURO) estão incluídos nas nossas prioridades, sabendo nós que os devemos preparar para reconhecerem os vários desafios e estarem conscientes de que os terão de abordar.

Por vezes voltamos ao início, tal como fazemos muitas vezes na nossa vida: a base das Universidades iniciais era comunicação, circulação de conhecimento e multidisciplinaridade; a internacionalização era natural pois circulava-se na Europa, procurando os ensinamentos dos melhores "mestres".

Neste momento da história, a multidisciplinaridade é um facto, a globalização e a circulação de conhecimento também; mas somos muito menos elitistas, reconhecendo que a massificação da Educação (toda a educação) é a base de uma sociedade verdadeiramente democrática e que temos, para com a sociedade, uma responsabilidade: garantir um desenvolvimento sustentável, deixando um mundo para as gerações futuras. Só a ciência, com o conhecimento que produz e com a forma como o transfere, pode permitir que isto aconteça; sendo as gerações futuras quem vai ter a responsabilidade de manter este paradigma, ligar cada vez mais a ciência ao ensino destas gerações é fundamental.

Hoje a qualidade das Universidades tem que estar associada à excelência na investigação, quer fundamental quer aplicada, mas também, e porventura principalmente, à excelência do ensino, à capacidade de transferência/circulação de conhecimento e à capacidade de desenvolvimento do espírito inovador, empreendedor, humanista e artístico.

Todos estes temas fazem parte da responsabilidade das actuais Universidades: a excelência da investigação tem que estar associada ao desenvolvimento económico e a excelência do ensino tem que garantir, no futuro, que estamos no bom caminho.

A multidisciplinaridade reconquistou o seu lugar no léxico universitário e o valor do trabalho em rede foi reconhecido, quer ao nível do ensino quer da investigação. Por outro lado, a competição é feroz, pelo que NUNCA conseguindo ser excelentes em tudo, temos de o ser nas áreas que escolhermos.

Faz igualmente parte da sociedade actual, e bem, o direito ao bem-estar social, ao reconhecimento do mérito e à contínua melhoria das condições de vida de TODOS, neste caso particular dos membros desta Academia: trabalhadores docentes, não docentes e estudantes. São estas reflexões e estes desígnios que espero tenham norteado o meu mandato anterior e que tentarei seguir neste novo mandato a que me proponho. Ser EXCELENTE enquanto Instituição sem NUNCA esquecer que são as PESSOAS que nos permitirão atingir essa excelência.